terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O Renascimento do Parto BH

O Renascimento do Parto


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 “Para mudar o mundo é preciso antes, mudar a forma de nascer” (Michel Odent)

Por: Natália Rosa
Fotos: Arquivo pessoal
  
Em geral, o sonho de toda mulher é ser mãe. No entanto o cenário materno sofreu muitas alterações nos últimos tempos. Mães jovens, mães- avós, mães despreparadas, mães com muita experiência. Não importa em qual situação a gestante se encontra, fato é que ela busca condições de realizar esse sonho da maneira mais simples e humana.

É nesse contexto que voltamos no tempo para recordar as parteiras, doulas, e dos partos realizados em casa. O tão esperado trabalho de parto era temido e muitas vezes complicado, devido às dores fortes. Muitas vezes até traumático, porém não havia muitos recursos para que a situação fosse diferente. A família acionava a parteira e as futuras mamães contavam com sua experiência e também com a sorte.

A falta de técnica, equipamentos e medicamentos poderia ser prejudicial à gestante e consequentemente ao bebê. E foi assim, através de muitos estudos e pesquisas, que a situação foi se modernizado. Ainda no século XVI, o cirurgião francês Peter Chamberlen criou o primeiro fórceps, ou seja, o primeiro instrumento utilizado para auxiliar a retirada do bebê na hora do parto. Já no século XX, uma nova revolução aconteceu com a chegada de um novo procedimento, a cesárea. A cirurgia era utilizada apenas em situações de risco e, aos poucos, foi se tornando uma prática comum aliada aos processos de anestesia e esterilização.

O êxito das cesarianas foi se tornando cada vez maior e a cirurgia foi se firmando até deixar de ser uma intervenção séria necessária num procedimento técnico e rotineiro. Entretanto, o cenário tende a mudar. Mulheres e profissionais da saúde estão cada vez mais voltados para o bem-estar da gestante e do bebê.

Atualmente, mesmo com os avanços tecnológicos disponíveis na medicina o parto normal volta a ter um espaço importante dentro das possibilidades vistas pelas mulheres.

Há quem diga que a cesariana não pode ser mais vista como um avanço irrefutável da medicina. De acordo com a enfermeira obstetra Míriam Rêgo, antigamente o costume não permitia que as mulheres pudessem escolher a forma de nascimentos dos seus filhos. “Houve também uma transição de formas assistenciais, pois cientificamente as condições para se ter um bebê melhoraram, os riscos se tornaram cada vez menores resultando num ganho para a medicina e consequentemente para os pacientes. Porém, essa demanda de cesarianas cresceu e passou a ser uma prática rotineira”. 

Nesse contexto a mulher deixa de ser a protagonista de sua própria história para dar espaço às funções médicas e hospitalares. “A gestante perde seu papel principal e o transmite para o profissional, perdeu o lado humano. O parto deveria ser um evento familiar e emocional, onde a mulher se sinta acolhida e segura”, explicou a enfermeira. Míriam defende ainda que devido às mudanças, o parto passou ser temido e sofrido.

Com o passar do tempo, as mulheres também começaram a questionar as medidas e meios de ser ter um bebê, principalmente pelo fato de a maioria delas ter um sonho por trás de uma barriga enorme. E, assim, veio o desejo de viver esse sonho de forma mais real possível, com detalhes e requintes.“As mulheres são responsáveis pela mudança. Elas começaram a indagar sobre o domínio de seu próprio corpo e do ambiente para que tenham um cenário perfeito. E o meu trabalho consiste em trazer essa segurança profissional seja em casa ou até mesmo nos centros de partos”, salientou

Humanização dos partos

Pesquisas indicam que a opção pelo parto normal reduz o risco de uma série de complicações e produz um impacto psicológico positivo na mãe e na criança.

Segundo a enfermeira Janaína Gomes, o parto humanizado respeita os direitos e as peculiaridades de cada mulher ao entender que ela é a protagonista do fato, portanto ela precisa se sentir segura e confortável. “O parto é norteado pelas boas práticas da assistência baseadas em evidências científicas e, neste sentido o parto deve acontecer em um ambiente de sua preferência, seja em casa ou mesmo no hospital”, avaliou.

A mulher é o foco, por isso pode e deve escolher dentre suas possibilidades o que mais lhe traga benefícios. Para Janaína Gomes, “as boas práticas na assistência estão baseadas em garantir à mulher um acompanhante de sua escolha, deixá-la livre para assumir qualquer posição que considere confortável, oferecer métodos não-farmacológicos de alívio a dor (massagem, banho no chuveiro ou na banheira, uso da bola de Bobath, caminhar) oferecer apoio emocional, permitir o contato pele-a-pele da mãe com o bebê após o nascimento, estimular amamentação na primeira hora”. 

Porém, ela explica ainda que nem todo parto humanizado é natural, em alguma situação a mulher pode e tem o direito de recorrer à analgesia e, necessitar de alguma intervenção em caso de intercorrência, como por exemplo, um parto normal assistido com fórceps ou vácuo extrator, sendo encaminhada a um hospital. Independente da forma, a enfermeira obstetra Míriam Rêgo lembra que a experiência do parto deve ser prazerosa, marcante e transformadora.

Leia mais em: http://www.vivagrandebh.com.br/materia/o-renascimento-do-parto
Acesso em 11/02/2013

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