quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Maternidade de Uberlândia proíbe realização de partos humanizados

Ele é o único hospital da cidade que realizava o procedimento até então; mães e gestantes da cidade preparam manifestação para o próximo sábado



Apesar de terem o direito legal de escolher a forma como irão dar a luz,  as mulheres, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, não podem mais optar pelo parto humanizado - um procedimento no qual a gestante pode escolher a posição em que se sentir mais confortável para ter o bebê de forma natural. O motivo é que o único hospital particular que realiza o procedimento na cidade, o MadreCor, decidiu proibir a prática, segundo denunciantes, porque as pacientes que passavam pelo procedimento gritavam demais. A ação gerou revolta entre mãe e gestantes de Uberlândia e também simpatizantes do parto humanizado, que irão realizar uma manifestação na porta do hospital neste sábado (27), às 16h.


A enfermeira Adriana Scalia, de 33 anos, teve seu último filho no MadreCor, em julho do ano passado, por meio do parto humanizado. "Meus outros dois primeiros partos não foram humanizados. E após realizar o último parto por meio deste processo, eu percebi a enorme diferença. O hospital não disponibilizava os mecanismos para a paciente, mas ela podia levar o que quisesse, como banheira, por exemplo. O meu foi na água, em um quarto com uma luz baixa, música de fundo, e recebi muito apoio. Foi acolhedor, a água quente alivia a dor. No parto humanizado, esse ambiente acolhedor é fundamental, não precisa sair do quarto onde está para ir para o bloco cirúrgico, como eles estão querendo volta a fazer. Eu pude escolher a posição que eu me senti melhor para ter o meu filho, e não a posição que é mais confortável para o médico, como acontece nos partos normais nos hospitais. Com isso, a dor diminuiu, e eu pude pegar o meu bebê assim que ele nasceu. Além disso, foi mais rápido, eu estava me sentindo tranquila e segura", contou.
Sobre a proibição do procedimento no hospital, Adriana acredita que é um retrocesso. "Ao invés de ir atrás do que o Ministério da Saúde está pregando, do que a própria Organização Mundial da Saúde prega, que o ambiente deve ser acolhedor para a mulher, o hospital está indo na contramão. Agora as mulheres de Uberlândia estão desassistidas, pois este era o único hospital da cidade que fazia o procedimento na rede particular, e nele, são apenas três os médicos que faziam o parto humanizado, e mesmo assim, sofriam muito preconceito porque os outros médicos não aceitam muito bem ainda a prática, porque ela vai contra o que eles aprenderam na faculdade", disse.
A professora Clarissa Borges, de 38 anos, também já foi paciente do MadreCor, onde passou por dois partos humanizados, um em março de 2011 e outro em setembro de 2012. "Os dois partos foram ótimos, a gente entrava em um quarto, fazia o pré-parto todo ali e podia levar o que achasse melhor. No meu primeiro parto eu levei uma banqueta, e no segundo eu fiquei embaixo do chuveiro pra aliviar as dores, meu marido pode ficar comigo o tempo todo. E no quarto a gente pode ficar a vontade, eu ficava nua e não tem nenhum procedimento que te impede o movimento. Além disso, o parto aconteceu na posição que eu queria. Pra mim foi tranquilo, o pós-parto aconteceu também no mesmo local, e o bebê ficou comigo. Eu optei por ter o parto humanizado no hospital, porque eu tinha segurança de que se acontecesse qualquer imprevisto, poderia ser encaminhada para o centro cirúrgico", relatou.
Para ela, o uso do centro cirúrgico para realização do parto é desnecessário. "No comunicado do hospital eles disseram que os partos normais poderão continuar acontecendo, mas parto normal não é igual parto humanizado, porque ele acontece no centro cirúrgico, onde eu não posso usar uma bola de pilates se eu quiser pra me deixar mais relaxada, não posso usar a banheira, não posso beber água. E se o parto durar 12 horas? Eu vou ocupar o centro cirúrgico durante todo esse tempo? Sem falar que são ambientes frios, nada acolhedores e aconchegantes para este momento. Acho que o nascimento de uma criança não combina com nada disso", contou ainda a professora.
Procurada pela reportagem, o hospital e maternidade MadreCor enviou um comunicado em relação ao ocorrido, esclarecendo que decidiu "interromper a modalidade do parto humanizado por causa de vários processos judiciais nos quais foi envolvido".
Além disso, o hospital também informou que "ainda está sujeito a enfrentar novos processos em virtude de complicações clínicas dos recém-nascidos, além de não possuir um espaço físico adequado a este tipo de procedimento.
O MadreCor também frisou que o parto normal convencional e o parto cesárea continuam sendo realizados normalmente no centro cirúrgico.
O que é o parto humanizado
A fotógrafa e doula - profissional treinada para acompanhar mulheres em trabalho de parto, função reconhecida no ano passado como ocupação - Kalu Brum, de 35 anos, é uma entusiasta do parto humanizado e teve o seu filho, hoje com sete anos, também assim. Atualmente, ela trabalha também para conscientizar as mulheres que desejam ter um parto literalmente natural e informar e orientar as gestantes na escolha de profissionais e locais para dar a luz desta forma.
"Quando a gente fala em parto natural, muita gente confunde e diz que é um parto sem assistência. Mas na verdade, é um parto baseado em evidências científicas, diferente do procedimento da medicina obstetrícia, onde os procedimentos não tem uma base, nem análise, nem revisão. Por exemplo, eles acham normal realizar o corte do períneo para realizar o parto, mas as revisões científicas já mostram que este corte é considerado há mais de 50 anos como uma mutilação genital, e no Brasil ele ainda é feito como sendo um procedimento necessário. Outra prática utilizada é a manobra de kristeller, que é subir na barriga ou pressionar e empurrar. É um procedimento agressivo que pode causar lesão no baço, quebrar a costela da mulher e que ainda é realizado em 90% dos partos ditos normais no país", explica.
Além disso, no parto humanizado, a mulher pode escolher a posição em que se sentir mais confortável para dar à luz, e em um ambiente propício, bem diferente de um bloco cirúrgico. "Os hospitais tradicionais, principalmente no interior, só aceitam que o parto seja feito no bloco cirúrgico com a mulher deitada e com as pernas no estribo. Nesta posição, você diminui em 30% a abertura vaginal, causando ainda mais dificuldade. Sem falar que essa mulher, geralmente, está anestesiada, e acaba não sentindo a hora certa de fazer força. O parto humanizado traz muito mais satisfação pra mulher e muito menos encargos para o sistema, porque diminui o tempo de internação, algumas vezes não precisa de anestesia e a taxa de hemorragia é bem menor no pós-parto. Mas, infelizmente, ainda há muito preconceito e desconhecimento por parte da sociedade em relação ao parto humanizado", explicou a doula.
"Quando a gente vê uma notícia dessas, de que a mulher que grita no trabalho de parto atrapalha outras pacientes, só mostra que o sistema quer que todas as mulheres estejam anestesiadas e naquela falsa paz, cheia de drogas, com o bebê sendo retirado fora do tempo, com sete camadas de pele cortada e sendo mãe e filho separados logo após o nascimento por cerca de quatro horas, sendo que a primeira hora é a mais importante para o contato pele a pele, o aleitamento materno. Sem falar que quando o bebê passa pelo canal vaginal, ele naturalmente se "imuniza" e evita uma série de doenças. E quando você toma anestésico, isso vai pra corrente sanguínea e afeta diretamente o bebê. O parto humanizado promove um parto muito menos doloroso e permite que o bebê e a mãe tenham um estreitamento de laços nos primeiros momentos de vida. Quando ele passa pelo canal vaginal os líquidos ficam, o bebê respira melhor, ele olha para a mãe melhor, alguns bebês nem choram. Essa passagem é muito mais suave", diz Brum.
Uma das opções do parto humanizado, é realizar o processo na água. "Quando o parto acontece na água, por exemplo, o bebê fica um tempo embaixo d´água e depois vai para o colo da mãe. Além disso, 30% do sangue do bebê fica na placenta, então quando você espera o cordão umbilical parar de pulsar, você evita uma grave hemorragia no primeiro dia de vida. Quando o bebê nasce de parto natural, ele já mama na primeira hora, já procura o seio muito rapidamente. Quando nasce de cesárea, é mais dificultoso, ele demora um pouquinho, ele nasce menos ativo. É um bebê que também recebeu uma carga de anestésicos", explica.
A doula Poliana Amaral, de 35 anos, também passou a militar em prol do parto humanizado, logo após o nascimento de sua primeira filha, por cesárea. "Há oito anos, o médico me impôs essa cesárea e depois eu fui descobrir que ela nem era necessária. A Organização Mundial da Saúde recomenda que o índice de cesáreas seja no máximo de 15%, mas no Brasil, esse número chega a mais de 80%. Senti na pele a diferença entre o nascimento da minha primeira filha e o da minha última filha, que foi por meio de parto humanizado na água. A diferença é total. A cesárea é um procedimento cirúrgico, frio, e no parto natural, o bebê saiu direto e foi para o meu colo, eu mesma peguei ele. Eu senti meu corpo funcionando", contou. Atualmente, ela participa de um grupo sobre o assunto chamado Parto do Princípio e coordena outro grupo de gestantes, orientando-as em relação ao parto humanizado.
Uma surpresa
Outra adepta do parto humanizado, Camila Santos, de 25 anos, teve o primeiro filho por meio do parto convencional realizado no hospital, e os outros dois últimos humanizados no Hospital e Maternidade Sofia Feldman, em Belo Horizonte, que conta com uma ala específica para este tipo de parto. "O primeiro foi na cama de hospital mesmo, deitada, com as pernas abertas. Eu achei os partos humanizados muito melhores. Acho que fazem mais bem para a mãe e o bebê. É um momento muito especial para ser feito de qualquer forma, não respeitando o processo natural do parto. Quanto a dor, eu achei o humanizado muito melhor , porque no outro, você toma anestesia e não sente direito as pernas. Então atrapalha sentir o bebê nascendo. Eu fiz força demais no meu primeiro parto e acabei tendo que levar alguns pontos por causa disso. Nos outros não, foram bem menos doloridos, e muito melhores", contou.
O último parto de Camila, realizado há dois meses, foi mágico, segundo a mãe e os amigos. Isso porque a pequena Gaia nasceu na água e ainda dentro da bolsa. "A bolsa não tinha rompido e eu já estava com 7 centímetros de dilatação e dores fortes. Aí fui para o chuveiro, aliviar a dor, e de repente eu senti. Fui para a banheira e em poucos minutos a minha filha nasceu ainda na bolsa. Eles disseram que é comum, e que às vezes acontece mesmo. Pouco depois, eu  vi ela abrindo os bracinhos e rompendo a bolsa na água", lembra.
Aplicativo
Com o objetivo de facilitar a busca das gestantes por orientações em relação a escolha do procedimento, o médico Gustavo Landsbergh, especialista em família e comunidade, criou, junto ao desenvolvedor Daniel Diniz, o aplicativo "Programa Canguru", que expõe todas as informações sobre o parto humanizado. "A gente criou com o objetivo de entregar às futuras mães todas as informações possíveis para que ela possa tomar as decisões sobre a própria saúde", explicou o médico.
O profissional também alerta sobre o alto índice de cesarianas feitas no Brasil. "Um dos nossos objetivos também é impactar alguns indicadores de saúde materna no país. O alto número de nascimentos prematuros é também por causa do parto cesariana, devido a ansiedade da mãe, ao fato de algumas delas acharem que a cesárea é o melhor procedimento, mas na verdade, a mortalidade no procedimento de cesariana é três vezes e meio maior do que o normal. No ambiente público é menor, mas na rede privada, 88% dos partos são feitos por cesárea. Por isso, a gente não vai nem conseguir atingir as metas da Organização Mundial da Saúde, que determina em até 15% esse ideal para os nascimentos por cesárea. É uma epidemia que temos que combater, mas vale lembrar que a cesárea, em casos específicos, pode salvar vidas. Ela só não é necessária quando as condições para o parto natural são favoráveis", explicou.
O aplicativo também acessa uma agenda com todos os procedimentos feitos durante o pré-natal, a frequência com que eles devem ser feitos, além de orientações sobre como evitar ou lidar com os sintomas da gravidez. A plataforma também integra a mãe diretamente ao médico, que acessa o aplicativo por meio da internet e pode ter acesso as informações compartilhadas pela paciente.

Link da noticia: http://www.otempo.com.br/cidades/maternidade-de-uberl%C3%A2ndia-pro%C3%ADbe-realiza%C3%A7%C3%A3o-de-partos-humanizados-1.920481
Acesso em: 24/09/2014

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

BH Pelo Parto Normal reforça a importância de doulas nas maternidades - Saúde na rede


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Encontro Ishtar - Fases do trabalho de parto


Como vou saber que chegou a hora P? O que e quando vai acontecer? O que esperar?

Nesta quarta, 03/09, às 19h30, vamos conversar sobre as fases do trabalho de parto (TP), entender o que carateriza o TP, qual a hora de ir para o hospital ou chamar a equipe de assistência.

Traga sua experiência e suas dúvidas, confirme sua presença e não deixe de participar.

Quando: 03 de setembro de 2014 - quarta-feira de 19h30 às 22h
Tema: Fases do trabalho de parto
Onde: Auditório do Sinpro Minas
           Rua Jaime Gomes, 198 - Floresta
           Belo Horizonte/MG
           Clique aqui pra ver o mapa e as linhas de ônibus.

Todos são bem vindos:
·  Casais grávidos, gestantes e seus acompanhantes
·  Mães e pais que já passaram pela gravidez/ parto
·  Casais e mulheres que pretendem engravidar
·  Profissionais e demais interessados no assunto.
A participação é gratuita. Confirme sua presença:
·  pelo celular/sms: (31) 8313-0714 (Carolina);
·  pelo e-mail espacoishtarbh@gmail.com ou
·  pelo nosso blog http://ishtarbh.blogspot.com/.

Nascer é normal - Sentidos do Nascer - Boletim UFMG e BH Pelo Parto Normal


Nascer é normal
UFMG dá início ao projeto Sentidos do nascer, que divulga e incentiva a redução de cesarianas




O alto índice de cesarianas desnecessárias e prejudiciais para a saúde da mulher e do bebê voltou ao noticiário com a recente divulgação de resultados preliminares da pesquisa Nascer no Brasil, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Um dos dados mais preocupantes do levantamento revela que o índice de partos cesáreos ­alcançou 56,7% em 2012, quando o limite máximo sugerido pela Organização Mundial de Saúde é de 15%.
É nesse contexto que se insere o projeto da pesquisa-exposição Sentidos do nascer, coordenado pelo Departamento de Ciências Aplicadas à Educação da FaE, com participação da Escola de Enfermagem, da Escola de Belas Artes e da Faculdade de Medicina. O projeto se dá em parceria com a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte e com o movimento Bh pelo parto normal, e conta também com a participação de outras universidades e entidades: USP, UFF, PUC Minas, PUC Rio, UNB, além da Fiocruz.
Parte do movimento que incentiva o parto normal, Sentidos do nascer é um dos 12 projetos selecionados pela Fundação Bill & Melinda Gates para patrocínio. Em parceria com o Ministério da Saúde e o CNPq, a Fundação está liberando R$ 8,4 milhões para projetos focados em diminuir as taxas de nascimento prematuro no Brasil. "Uma das causas é a marcação da cesariana com antecedência, antes do trabalho de parto, por razões não médicas", lembra o professor Bernardo Jefferson de Oliveira, do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação e coordenador do projeto.
Os recursos para o ­desen­volvimento do Sentidos do nascer estão sendo liberados para a UFMG por meio de convênio com a Fundep, e o cronograma de atividades prevê atividades até abril de 2016. O carro-chefe é uma exposição interativa que visa provocar uma mudança da percepção sobre o nascimento, valorizando o parto normal, de forma a contribuir para a redução da cesariana desnecessária e da prematuridade no Brasil.

A saúde e o mercado
Ainda que na literatura científica já seja razoavelmente pacífico e bem embasado o entendimento de que a cesariana traz riscos desnecessários à mãe e ao bebê – e que por isso deve ser indicada apenas como último recurso, com especificidade e não generalidade –, o percentual de cesarianas continua crescendo, muitas vezes com a anuência e até mesmo com o incentivo da classe médica, em específico a ginecologia e a obstetrícia.
"A intenção é efetivamente realizar uma exposição provocadora. Temos consciência de que precisamos enfrentar reações contrárias de setores acostumados com os altos índices de cesarianas desnecessárias no Brasil, ou que delas se beneficiam", diz o professor.
"Queremos promover um empoderamento das mulheres, dos homens que são os pais, da sociedade de maneira geral, para a contestação de práticas que, apesar de serem obsoletas e prejudiciais à mulher e ao bebê, continuam amplamente utilizadas. Até mesmo os alunos de medicina recebem formação equivocada. Nosso objetivo é promover uma mudança de comportamento, de cultura, por meio da informação", diz.

Frentes simultâneas
Sentidos do nascer é o único projeto entre os patrocinados pela Fundação Bill & Melinda Gates que não se limita à área biomédica. "A educação e as ciências humanas, em geral, podem desenvolver importantes ações na direção de uma mudança de comportamento e cultura", diz Bernardo Jefferson. O projeto contempla simultaneamente exposição e pesquisa: será realizada análise multimetodológica que compreenderá estudos qualitativo (com grupos focais) e quantitativo (por meio de entrevistas com os visitantes) e acompanhamento de repercussão via redes sociais.
A exposição será montada em São ­Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e ficará por cerca de três meses em cada cidade. A estreia da exposição acontecerá na UFMG, em março de 2015. "Estamos desenvolvendo um ambiente imersivo para envolver os visitantes nas discussões sobre o assunto, com o uso de recursos audiovisuais. Dois roteiros expositivos vão explorar o parto normal e a cesariana, e exibições vão apresentar as sensações do bebê e da mulher no momento do nascimento, confrontando o visitante com as distintas formas de se viver a experiência", detalha o professor Bernardo Jefferson.

Transportadores na gravidez
A UFMG também participa de outro projeto entre os 12 financiados pela Fundação Bill & Melinda Gates. O estudo Transportadores ABC na gravidez e no parto prematuro é coordenado pela professora Tânia Ortiga, do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e conta com a colaboração dos professores Fernando Reis e Regina Aguiar, da UFMG – além de pesquisadores das universidades de Toronto e de Otawa (Canadá).
A pesquisa investigará a expressão dos chamados "transportadores ABC", ou "ATP-Binding Cassette Transporters", nos tecidos intrauterinos. O objetivo é entender como o trabalho de parto e as infecções intrauterinas modificam esses transportadores, responsáveis pela passagem transplacentária de medicamentos e por fatores relacionados à indução do trabalho de parto.
O estudo tem potencial para colaborar com a descoberta de estratégias para a prevenção do parto prematuro, “especialmente em mulheres infectadas com malária e outras doenças prevalentes no Brasil e em outros países tropicais”, afirma o professor Fernando Reis.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Corredor da Memória exibe história de parto

Até o final de agosto o Centro de Memória da Faculdade de Medicina da UFMG (Cememor) apresenta a exposição “Formas de vir ao mundo no ocidente”.  O acervo, com 92 imagens que refletem as mudanças que o parto e a assistência obstétrica sofreram ao longo dos séculos, será exibido nos televisores do Corredor da Memória, ao lado do Cememor, no térreo da Unidade.
A exposição foi organizada sob a curadoria da professora Anayansi Correa Brenes, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG (GOB).
Formas de Vir ao Mundo no Ocidente
Local: Corredor da Memória, Faculdade de Medicina da UFMG
Data: agosto de 2014
Equipe responsável:
Ethel Mizrahy Cuperschmid – historiadora e coordenadora do Cememor
Maria do Carmo Salazar Martins – pesquisadora e revisora de textos
Professora Anayansi Correa Brenes – curadora
Bruna Carvalho de Oliveira Nunes – editora de imagens
Link: http://site.medicina.ufmg.br/inicial/corredor-da-memoria-exibe-historia-de-parto/
Acesso em: 19/08/2014

Assim Vivemos - Estado de Minas


Tive o mais velho de parto normal. Agora, quero fazer um parto natural, com o mínimo de intervenção. Refleti com meu marido e quero um plano de parto respeitoso, para mim e para o bebê' Grávida, Clarissa já fez uma visita à Maternidade Sofia Feldman e ficou impressionada. 'É um lugar lindo, com quintal no fundo e um enorme pé de algodão. As pessoas parecem felizes com o trabalho, coisa rara de se encontrar', diz ela, que está de sete meses. Espera um menino.

Acesso em: 18 de agosto de 2014

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Está chegando em BH a Feira do bebê da gestante!





terça-feira, 24 de junho de 2014

Para refletir...


Campanha Pai não é visita: Compartilhe seu depoimento



Instituto PAPAI está colhendo até 15 de julho depoimentos de homens que foram impedidos no Brasil de acompanhar sua esposa ou companheira no trabalho de parto. Esses relatos visam subsidiar ações da Campanha “Pai não é visita!”, que acontecem especialmente na semana do dia dos pais, momento oportuno para um debate público sobre cuidado e direitos reprodutivos.

Para enviar seu depoimento, clique no link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/1SACvMHyxFab1G-VAkul-vSH5TudQ6LtnRaimHd9uLus/viewform

Sobre a campanha

Toda mulher tem direito a ter a presença do pai durante todo o trabalho de parto. Esse direito é garantido pela Lei do Acompanhante (11.108/2005). Porém, infelizmente, ainda são frequentes casos de descumprimentos dessa lei e, muitas vezes, o pai é impedido de acompanhar o parto.

Esta campanha focaliza assim o direito do pai ser reconhecido como parceiro e não como visita ou personagem ausente na cena do parto. Se você conhece alguma experiência de não garantia do direito ao/à acompanhante, compartilhe conosco!

Esta ação faz parte da “Campanha Pai não é visita! Pelo direito de ser acompanhante” e tem o objetivo de recolher depoimentos para elaboração de um relatório com denúncias sobre esse tipo de problema e sugestões para o Ministério Público.

Por favor, divulguem em suas redes sociais e lista de e-mails para que possamos ter uma boa amostragem de relatos e com isso potencializar nossos argumentos e o impacto de nossas reivindicações.

Participem deste encontro!

Fiquem atentos! A participação de todos é muito importante para a luta pela Defesa da Assistência ao Parto Humanizado.

Contamos com sua presença!

terça-feira, 17 de junho de 2014

A importância das Parteiras

No início de junho de 2014, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) fez uma importante declaração, reivindicando dos gestores responsáveis pela Saúde de seus países o reconhecimento ao papel-chave das parteiras para reduzir a mortalidade durante o parto.
O pronunciamento foi feito com base em dados concretos – e preocupantes: só em 2013, cerca de 289 mil mulheres e 2,9 milhões de bebês morreram durante o procedimento.
Já em 2011, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um estudo pioneiro sobre a mortalidade durante o parto, que se concentrou em 58 países.
Um novo relatório, que foi apresentado em Praga, durante o “30º Congresso Trienal da Confederação Internacional de Parteiras (ICM)”, analisou 73 países de baix
o ou médio desenvolvimento.
O Brasil é apontado como um dos cinco países da América Latina com altos índices dessa mortalidade, acompanhado pelo México, Bolívia, Guatemala e Haiti.
Nos 73 países analisados, apenas 42% contam com equipes formadas por enfermeiras, doutores e parteiras.
Esses dados refletem um grande desafio: de todos os “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, definidos pela ONU em 2000, os que estão mais distantes de serem alcançados relacionam-se à mortandade infantil e à saúde das mães.
Para a UNFPA, viabilizar e melhorar os serviços de parteiras ajudaria a reduzir em dois terços a mortandade de mães e bebês.
No entanto, a profissão ainda sofre preconceito, não só aqui no Brasil, mas em boa parte do mundo, não sendo considerada legítima nem autônoma. As parteiras não contam com uma especialização própria, por falta de cursos especializados, e 90% delas acabam cursando enfermagem.
Mas, em muitas nações, são impedidas de realizar procedimentos para salvar vidas durante o parto ou receitar antibióticos e anticonvulsivos.
Alguns países, no entanto, reconhecem a importância das parteiras. É o caso da Etiópia, que se impôs o objetivo de, até 2015, capacitar oito mil novas profissionais, meta que já foi alcançada.

FONTE: http://www.desenvolvimento-infantil.blog.br/a-importAancia-das-parteiras/

Por que mulheres ainda morrem nos partos em pleno século 21?

O número assusta: são cerca de mil mulheres que morrem no mundo, todos os dias, por causa de complicações na gravidez e no parto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que também noticiou que, apesar de tudo, a mortalidade materna vem registrando redução de 45% desde 1990.
Em 2013, foram 289 mil óbitos contra 523 mil em 1990. Por um lado, a regressão é um alívio. Por outro, em pleno século 21, com tanta informação e tecnologia, as cifras ainda surpreendem e são um alerta para quem atua na área.
Quase todas as mortes acontecem em países em desenvolvimento, sendo que um terço do total está dividido entra a Índia (50 mil) e a Nigéria (40 mil).
Ou seja, a pobreza, a falta de investimentos em Saúde, a ausência de políticas de prevenção, nessas nações, são os principais responsáveis pelo alto número de mães que morrem durante a gestação ou o parto.
Um estudo da agência da ONU para a Saúde, publicado na revista The Lancet Global Health, revelou que uma em cada quatro mortes são ocasionadas por complicações de problemas preexistentes, como diabetes, HIV, malária ou obesidade.
Um quarto das mortes deve-se a hemorragia severa. Outras causas identificadas são: hipertensão induzida pela gravidez (14%), infeções (11%), obstruções e outras complicações no parto (9%), complicações relacionadas com o aborto (8%) e coágulos sanguíneos (3%).
No Brasil, cerca de 800 gestantes morrem todos os anos. O índice de mortalidade materna aqui tem tido uma tímida diminuição, apesar das iniciativas do governo brasileiro com a criação de programas e políticas públicas, e permanecem acima do que é considerado aceitável pela a OMS (entre 10 e 20 mortes maternas/100.000 nascidos vivos).
O pior de tudo é que, segundo especialistas, os óbitos seriam evitados em 90% dos casos. Estudos revelam, também, a marginalização de mulheres por meio das desigualdades de classe social, gênero, raça/etnia e geração, que se articulam, penalizando as mais jovens, pobres, negras, as pouco escolarizadas, residentes nos bairros periféricos das cidades, sem acesso aos bens e serviços e à Saúde, como mostra o site Ciência e Cultura.

FONTE: http://www.desenvolvimento-infantil.blog.br/por-que-mulheres-ainda-morrem-nos-partos-em-pleno-seculo-21/
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