quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ações da PBH garantem cuidados para gestantes na capital


Conferir a roupinha do futuro bebê, seu bercinho e sua mamadeira. Gestos que antecedem a chegada do tão esperado filho podem vir acompanhados por receios relacionados à hora do parto. Para esclarecer e dirimir as dúvidas frequentes das mães sobre este importante momento, o poder público tem estruturado ações baseadas em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), como o Plano de Parto, um planejamento detalhado que inclui, entre outras especificações, a posição mais adequada da mãe durante o parto, se vai ficar em jejum ou não, quem será seu acompanhante e até mesmo se fará ou não a raspagem dos pelos. Desde 2007, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, conta com o Movimento BH Pelo Parto Normal, que promove o parto normal, contribui com a redução das taxas de cesarianas desnecessárias e, consequentemente, melhora a saúde materna e infantil em Belo Horizonte. 

O parto normal, mais indicado pelos órgãos de Saúde, além de ser mais seguro para mãe e para o bebê, possibilita a recuperação mais rápida da mulher e o aleitamento precoce, entre diversos outros benefícios. Como protagonista do processo de gestação de um filho, a mulher tem diversos direitos e entre eles está o de escolher como acontecerá todo o processo que envolve o nascimento do seu bebê. No entanto, pela falta de informação, o que se observou nos últimos anos foi o aumento da quantidade de cesáreas. Na rede privada, por exemplo, esse número chega a 84%, enquanto na Rede SUS-BH esse número corresponde a 29% dos partos realizados. O recomendado pela OMS é que as cesáreas sejam realizadas em, no máximo, 15% dos partos.


Instrumento importante no planejamento detalhado que precede o momento do nascimento do bebê, o Plano de Parto é feito pela própria gestante. “O parto é da mulher. Ultimamente observa-se que as mulheres perderam a força de parir, mesmo sendo um processo natural da feminilidade”, assinalou Sônia Lansky, coordenadora da comissão perinatal da Secretaria Municipal de Saúde. Ela esclarece ainda que o plano foi criado para fomentar os direitos da mulher, novas práticas e disseminar informações referentes ao parto natural. “A expectativa é que um maior número de mulheres tenha acesso à informação e faça uma decisão mais igualitária”, destacou Sônia.

Projeto piloto na região Centro-Sul
No Centro de Saúde Padre Tarcísio, localizado na Vila Conceição, no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, está funcionando desde setembro de 2013 o projeto piloto do Plano de Parto, que atende inicialmente cinco gestantes. As primeiras oficinas do plano no centro de saúde ocorreram quando o equipamento recebeu o Programa de Educação pelo Trabalho (PET) Redes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo como foco de trabalho a Rede Cegonha. O projeto é uma parceria com o Hospital das Clínicas, sob a coordenação da obstetra e professora do Departamento de Medicina da UFMG, Juliana Barra.

A unidade de saúde do Aglomerado da Serra conta com a participação de alunos de diversas áreas de graduação em Saúde da UFMG, atualmente representadas pelas acadêmicas de Medicina Amanda Maciel e Cristina Fernandes, e por Juliana Rocha e Priscilla Neves, de Fonoaudiologia. No centro de saúde, as orientações estão sob a responsabilidade da assistente social Isabella da Paixão e da enfermeira Liliane Braz.

Dentro deste contexto, uma das principais ações de intervenção na Unidade Básica de Saúde da Vila Conceição é a conscientização dos profissionais e gestantes sobre a importância do Plano de Parto. De acordo com a assistente social Isabella da Paixão, muitas vezes o plano não é preenchido pela mulher no período de gravidez devido ao desconhecimento dos seus direitos e até mesmo por falta de orientação dos profissionais envolvidos no pré-natal.

“Nesse sentido, a oficina de Plano de Parto foi realizada no centro de saúde pela professora Kleyde Ventura, da UFMG, que buscou o diálogo com as gestantes sobre os principais acontecimentos antes, durante e depois do parto. Elas puderam tirar suas dúvidas e aprender com as experiências das outras gestantes. A metodologia da oficina faz parte de um projeto piloto que busca tornar a mulher protagonista desse momento importante”, explicou Isabella Paixão.

Com 17 anos, mãe de uma criança de três anos e esperando o segundo filho, Ingrid de Souza é uma das cinco integrantes que participam do projeto no Centro de Saúde Padre Tarcísio. Segundo ela, além de ter adquirido um pouco mais experiência em relação à primeira gestação, as oficinas foram muito importantes. “Aprendi bastante e com certeza tem me ajudado nesta gravidez”, afirmou. Na avaliação de Isabella da Paixão, a receptividade foi muito boa e lamentou que mais gestantes da comunidade não tenham aderido ao projeto. Entretanto, a expectativa é que, a partir de agora, com a boa repercussão das atividades, desperte mais o interesse em outras mulheres para conhecer melhor o Plano de Parto.

Cartilha da gestante
Durante a primeira consulta de pré-natal realizada através da rede SUS, a gestante recebe a “Cartilha da gestante do SUS-BH”, elaborada pela Secretaria Municipal de Saúde. Esse material está disponível em todos os centros de saúde da capital. Nesta cartilha há instruções para que a gestante realize seu Plano de Parto, contendo as orientações sobre as boas práticas para o nascimento do bebê e para a saúde da mãe. Os profissionais de saúde são orientados a trabalhar estas questões com as gestantes e suas famílias durante o pré-natal. A gestante que faz o pré-natal e têm seu bebê na rede privada, também pode receber sua cartilha com o Plano de Parto.
A Prefeitura de Belo Horizonte mantém um programa constante voltado à ampliação da prática do parto normal. Pelo endereço www.pbh.gov.br/smsa/bhpelopartonormal o cidadão pode consultar diversas informações sobre o assunto.

Acesso em 19/02/2014
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/noticia.do?evento=portlet&pAc=not&idConteudo=144392&pIdPlc=&app=salanoticias

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