Belo Horizonte foi indicada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para receber uma comitiva de médicos e enfermeiros da Argentina na última semana de março. Os profissionais se reuniram com a coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Sônia Lansky, e trocaram experiências sobre as boas práticas de atenção obstétrica e neonatal.

Diferentemente das outras cidades brasileiras, a Rede SUS-BH está conseguindo diminuir o número de cesarianas desnecessárias. Atualmente, a rede pública tem uma taxa de cesarianas de 29,2%. Já a taxa do setor privado é de 78,2%. Belo Horizonte conta com sete maternidades que atendem o SUS: Hospital Odilon Behrens, Hospital Risoleta Tolentino Neves, Hospital Sofia Feldman, Santa Casa de Misericórdia, Hospital das Clinicas, Maternidade Odete Valadares e Hospital Júlia Kubitschek.

Desde 2007 Belo Horizonte conta com o Movimento BH Pelo Parto Normal, que tem como objetivo promover o parto normal, contribuir com a redução das taxas de cesarianas desnecessárias, e, consequentemente, melhorar a saúde materna e infantil em Belo Horizonte. Sônia Lansky conta que o movimento tem conseguido bons resultados. “Conseguimos diminuir a taxa de cesariana no setor público. Hoje temos uma taxa de 29,2%, e em outras cidades do Brasil essa taxa é de 60%. Temos observado ainda mulheres que saem do setor privado para ter o filho no setor público. Isso porque as maternidades públicas têm melhorado o bom parto”, explicou.

Segundo o consultor em saúde familiar e comunitária da Opas, Luis Codina, a escolha pela capital mineira se deve às boas práticas realizadas. “Fomos a Brasília conhecer o Ministério da Saúde e viemos para Belo Horizonte pois sabemos que a cidade está muito avançada na linha do cuidado da gestante e do recém-nascido. Acho muito importante este intercâmbio, inclusive fizemos um convite para que a Comissão Perinatal visite a Argentina em maio deste ano”, disse.

Reconhecimento

Para Sônia, a visita é uma forma de reconhecimento do trabalho realizado pela SMSA. “Isso é muito bom e prova que estamos no caminho certo. Belo Horizonte está muito avançada e outras cidades do Brasil ainda estão começando. Os argentinos vão poder levar os conhecimentos para a sua cidade e implementar as práticas no seu ambiente de trabalho”, afirmou.

Mirella Pizzuolo é enfermeira obstétrica em Mendonza, na Argentina. Segundo ela, Mendoza se destaca como a província que apoia o parto humanizado em seu país. “Temos muito interesse em conhecer as estratégias utilizadas pelo SUS-BH. Em Belo Horizonte há todo um processo de equipes trabalhando pelo parto normal, e a cidade é muito parecida com Mendoza, no número de habitantes, partos e políticas públicas. Achei muito interessante o contrato firmado pela Comissão Perinatal com os diretores de hospitais para favorecer o acompanhamento das gestantes”, disse. A comitiva conheceu o Hospital Risoleta Tolentino Neves e o Hospital Sofia Feldman.

Prêmio Opas

Em 2011, Belo Horizonte teve duas iniciativas premiadas no Concurso Nacional de Boas Práticas e Fotografias em Maternidade Segura, a Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) e o Hospital Sofia Feldman. O concurso é uma iniciativa da Opas no Brasil e tem como objetivo promover e difundir as experiências exitosas de Boas Práticas em Iniciativa de Maternidade Segura promovidas pelos estados brasileiros.

Participaram do concurso 11 iniciativas, de nove estados diferentes. Desse total, três foram premiadas – A Comissão Perinatal de Belo Horizonte, Mãe Curitibana, de Curitiba, e a Casa Zilda Arns, do Hospital Sofia Feldman. As iniciativas vencedoras receberam um prêmio de US$ 3 mil cada uma.

Acesso em: 10/4/2014

Disponivel em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/noticia.do?evento=portlet&pAc=not&idConteudo=151571&pIdPlc=&app=salanoticias